Pessoas me vêem como um marginal E não pretendem me ver além da cara de mau E me impedem de poder ser um cidadão normal Dizem que gente como eu não merece nenhum aval
Eu vejo as pessoas como um grande mau E não entendo porque insistem em viver como tal E o pior é saber que sentem um ódio letal Me condenam sem perceber o racismo cultural
E nós sentimos as dores dessa guerra Nós temos as cores dessa guerra Onde nossa vida encerra
Antes dos 25 confundidos com bandidos Onde 5 amigos depois das 5 são perseguidos Somos proibidos de viver com liberdade Associam nossa imagem aos males que eles dizem ser
verdade
Ligo a tv e posso me ver no jornal das 8 Preso como um criminoso ao completar 18 Inocente que facilmente será esquecido E a regra novamente transforma uma excessão em bandido
Somos confundidos e não podemos progredir Se vivemos fudidos não podemos ser melhor que isso aqui É Claro que o nosso sucesso pode agredir Mas nem isso impede eles de nos confundir
A regra é clara A arma que dispara Prepara e repara A bala só se depara Por acaso em nossa cara
Somos vítimas de nós mesmos e de vocês Somos vítimas de nascer, sofrer e morrer sem leis Nossa justiça não é cega como diz ser Ela só enxerga aquilo que ela quer ver
A regra é clara Pra quem tem a pele escura A solução é rara E mais cara se torna a cura E a censura Torna essa regra incontestável Cada vez mais desfavorável É lamentável
E notável qual a intenção de quem arbitra Enquanto o martelo não bate a falsa regra se aplica E complica a vida de quem vive a regra mística Correndo pra não sofrer com a regra da estatística
(Refrão) Eu só queria ir e vir Menos sofre e mais sorrir Mas eu sei que A regra é clara
Antepassado escravizado, se é descendente A escravatura é o seu maior antecedente Jovens nossos mortos por policiais é freqüente E ainda assim insistem em dizer que é a acidente (Ah?)
Como o da Claudia da Silva Ferreira (aham) Como o do (Dg) Douglas da Silva Pereira (aham) É cômodo você fingir que não é comum Matarem os? da Silva? de origem afrobrasileira (Ah?)
Higienizaram a cidade, Higienópolis Pra onde varreram a sujeira? Paraisópolis Varrem pra baixo da mesa, passam um pano usando Veja Falo da revista e não do produto de limpeza
Justiça e cega mais enxerga quem é diferente Essa regra sempre foi clara e nunca transparente Dentista negro fora do seu consultóri (ow) Esqueceu que tava dentro do esterióti (pow)
Exercite o, pensamento de quem não tem saída Exercício um, escolha uma das alternativa você é estudado, tá empregado mais preto e pobre Um pardo em um lugar errado: polícia, não se move!
Letra A: foi parado por estar drogado (não) Letra B: foi parado por estar armado (não) C: nenhumas das alternativa, nda Só inverter: sem alternativa devido o dna
Filho do Eike Batista absolvido (claro) Ator negro preso, confundido com bandido (claro) A regra tem dois lados e é fácil perceber Melhor ter isso claro se vc estiver do lado B
Estatística com olhar estético te deixa estático Um pretinho vai ser médico a cada mil que morrer na mão
tático É trágico: infância doce é vender bala no tráfego Fora da escola menor aprendiz vende pó de giz no tráfico
Criança faminta não liga pra exploração infantil Jovem sem nome quer mais é trabalhar com fuzil Observe: eles tem o mesmo perfil Entraram no mesmo camburão, os avós vieram do mesmo navio
Detentores dos reais, detectores de mentiras Detectores de metais detectam mais melanina A regra é clara irmão, só que você não! O Estado vai frustrar seu sonho se tu for a exceção!
(Refrão) Eu só queria ir e vir Menos sofre e mais sorrir Mas eu sei que A regra é clara